segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mars Volta, Queens of the Stone Age e Red Hot Chili Peppers
13 de maio de 2003
Air Canada Center – Toronto - Canada

Por Hiran Eduardo Murbach

Organização, nenhuma fila, nada de passar pelo constrangimento de uma ‘minuciosa’ revista; Mesmo antes de entrar no Air Canada Center, um moderno ginásio onde são disputadas partidas de basquete e hockey, já dava para perceber que seria uma grande noite. E, para completar tudo isto, exatamente as 7 horas, horário anunciado, as luzes se apagam e a primeira banda comeca a tocar. Chama-se Mars Volta e é capitaneada pelos ex-At the Drive-In Cedric Bixler e Omar Rodriguez. Com apenas cerca de vinte minutos de set e uma apresentação correta, conseguiram chamar a atenção dos presentes, que naquele momento ocupavam pouca mais de um quarto dos lugares disponíveis. O som apresenta elementos do finado ATDI, com pitadas de psicodelismo, mas as músicas poderiam ser um pouco mais curtas.

Algum tempo depois entram no palco os integrantes do Queens of the Stone Age, abrindo o show com Millionaire. A apresentacao, de quarenta minutos, privilegiou as (ótimas) músicas do último álbum, Song for the Deaf e teve como pontos altos uma ótima versão de The Lost Art of Keeping a Secret e o encerramento com No One Knows, música que, por tocar direto na MTV e na MuchMusic, foi a que mais agitou o publico que, visivelmente, desconhecia o resto do trabalho da banda. Faz-se necessário salientar ainda que atual baterista, Joey Castillo, não deixa nada a desejar com relação ao Dave Grohl. Ponto fraco? Apesar do tempo excasso, é uma heresia deixar de fora uma canção como Feel Good Hit of the Summer.

Após uma espera de mais meia hora, entra em cena a atração principal. Antony Kieds, Flea, John Frusciante e Chad Smith sabiam que o jogo já estava ganho mesmo antes de comecar e que tinham o publico nas mãos antes mesmo do primeiro acorde. E qual a melhor meneira de se comecar um show do Red Hot Chili Peppers? Todas as luzes apagadas e um holofote direcionado para um pequeno homem de cabelo azul, empunhando um baixo no canto do palco. No momento que comecam a soar as primeiras notas, é fácil entender porque ele é considerado por muitos, inclusive este que vos escreve, o melhor baixista do mundo. Dois minutos de solo, emendando com as primeiras notas de By the Way, e parece que uma corrente de alta voltagem foi ligada no ginásio, tamanha era a energia com que o platéia pulava e cantava. Emendaram com Scar Tissue e o primeiro de muitos momentos solos do show. John, apoiado apenas por Chad, cantou I’m Eighteen de Alice Cooper e I Feel Love, the Donna Summer, definitivamente dois covers que ninguem imaginava ouvir. A banda se completa novamente para apresentar os sucessos dos seus dois últimos multiplatinados albuns: Around the World, Universally Speaking, I Could Have Lied, Otherside, Don’t Forgive and Throw Away Your Television. Foi então que aconteceu a primeira surpresa da noite. A música seguinte com certeza causou muita estranheza ao novos fãs da banda, que eram grande maioria, mas alegraram seus saudosos fãs. Breaking the Girl com certeza não é uma das melhores músicas da banda mas, considerando que os Chili Pepper praticamente esqueceram suas origens, foi uma grande notícia. Após mais uma longa jam, uma constante durante o show, tocaram Warm Tape, o atual sucesso Can’t Stop, Californication e Give it Away, musicas que puseram fogo no píblico. Deu-se entao o já comum intervalo, para voltarem ao bis com Under the Bridge, iniciada com John sentado na beirada do palco, como se estivesse tocando noma roda de amigos. Cantada em uníssono, com certeza foi a música que mais agradou.
Vem então a segunda surpresa da noite. Dos primordios da banda, ressussitaram a They Are Red Hot. Confesso que por esta eu não esperava. Finalizam o show entao com Sir Psycho Sexy.

Falar sobre um show do RHCP é uma tarefa dificil. Para os novos fãs da banda, é um acontecimento maravilhoso, pois todos os sucessos estao ali, mas, para aqueles que conhecem todo o trabalho dela, fica difícil imaginar o motivo de pérolas como Knock me Down, Fight Like a Brave, entre outras ficarem de fora. É uma pena que, por algum motivo, eles simplesmente apagaram este período da historia da banda. Fica sim, a imagem de uma uma banda formada por três excelentes músicos e um vocalista apenas carismático, que tem dificuldade em decorar as letras das músicas (prova disto sao as ‘colas’ presas em seu P.A.). Foi um grande show, mas é óbvio que eles podem fazer melhor, muito melhor.

20/06/2003

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