segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Foto> Hiran Eduardo Murbach


4 de julho de 2003.
Exhibition Place – Toronto – Canadá

Por Hiran Eduardo Murbach

O verão é o tempo dos festivais no hemisfério norte e, por conseqüência, no Canadá também. Em comemoração aos 100 anos do blues, foi realizado o primeiro “Toronto Star Bluesfest”. Foram cinco dias, três palcos simultâneos e mais de sessenta atrações, entre elas George Thorogood, George Clinton e Sheryl Crow, sem dúvida a principal atração de todas – e de maior apelo popular.

Eu já tinha assistido a apresentação dela no Rock in Rio III, mas naquela ocasião o show foi curto devido ao fato de ela não ser considerada “a atração principal da noite”. Porém, no Exbition Place, ela foi a artista de maior destaque na programação, podendo tocar todo o seu ‘set list’ sem grandes problemas com o tempo.

É bom salientar antes de iniciar o relato do show que esta não será uma resenha isenta e profissional. É bom relembrar que não sou um crítico musical, sou apenas um fã de boa música, e Sheryl Crow tem um papel fundamental em minha vida. Conheci-a na época do estouro do “Tuesday Night Music Club”, que não saiu do meu CD player por alguns meses (quem duvidar pode perguntar para a minha irmã, que não pode nem ouvir falar em Sheryl Crow por causa disto) e foi paixão a “primeira ouvida”. Tenho todos os CD's dela e ainda diversos bootlegs e singles; e não é exagero dizer que a considero minha cantora favorita. Mas não será por causa do meu lado fã que este texto será (tão) ruim, portanto não pare de ler...

Cerca de meia hora antes de iniciar o show, começou a chover forte e, por ser um local aberto, existiam grandes possibilidades de tudo dar errado. Porém, alguns minutos antes das nove, a chuva parou, o céu abriu um pouco, o suficiente para dar início a quase duas horas de música. O show foi dividido entre os cinco álbuns dela – quatro músicas do “Tuesday Night”, cinco do “Sheryl Crow”, três do “Globe Session”, três do “C’mon C’mon” - , e ainda uma música que ela gravou em dueto com Kid Rock – segundo ela, um erro que cometeu com um rapaz de Detroit, – com o baixista substituindo a voz dele e mais três canções novas. Isto foi uma ótima decisão pois, além de agradar a todos os fãs, dos mais novos aos mais antigos, pareceu também um reconhecimento que o seu último álbum foi o mais fraco de sua carreira.

Como a grande maioria do público estava presente apenas para vê-la – uma das vantagens de ser a ‘headliner’ – todas a músicas foram cantadas em uníssono, principalmente os sucessos “All I Wanna Do”, “If It Makes You Happy”, “My Favorite Mistake” e “Soak Up The Sun”.

No entanto, fora estas músicas, já previsíveis e que foram tocadas no Brasil – com exceção da última que ainda não havia sido lançada, – a escolha de algumas não tão famosas e mais calmas foram muito bem-vindas: “Strong Enough”, “Home” e, principalmente, “I Shall Believe” me emocionaram muito, fazendo-me voltar alguns bons anos no tempo, quando eu jamais imaginava que poderia vê-la e ouvi-la ao vivo.

Mas, mudando um pouco de assunto, ela é, sem dúvida alguma, uma das artistas mais engajadas, principalmente em relação a política bélica estadunidense. Assim, na volta do bis, fez um pequeno discurso contra a guerra. Nesse meio tempo, alguém da platéia jogou uma camiseta escrita “I don’t believe in your war, mr. Bush”. Para a surpresa de todos, ela cantou toda a música usando a camiseta, devolvendo-a ao dono no final.

Foi um grande show, que compensou qualquer frustração que o show no Rio possa ter gerado – set reduzido, distância do palco – e que confirmou , ao menos para mim, que ela é a melhor. E, para uma quarentona, ela ainda está numa forma física invejável.

SET LIST:

+STEVE MC QUEEN
+THERE GOES THE NEIGHBORHOOD
+MY FAVORITE MISTAKE
+YOU'RE ORIGINAL
+FIRST CUT
+LEAVING LAS VEGAS VEGAS
+STRONG ENOUGH
+REDEMPTION DAY
+IF IT MAKES YOU HAPPY
+CHANGE
+IT DON'T HURT
+HOME
+PICTURE
+ALL I WANNA DO
+SOAK UP THE SUN
+EVERYDAY WINDING ROAD
+LETS GET FREE
+AMERICAN GIRL
+I SHALL BELIEVE

07/08/2003

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